Entrevista [exclusiva] a MELA: "Agora sei que não temos de nos sentir pequenos"

 

MELA, cantora e compositora madeirense que participou no Festival da Canção 2024 com 'Água', esteve esta noite na Feira do Livro do Funchal para apresentar o seu novo álbum, 'Aguarelas'. Antes do concerto, em conversa com o Hashtag Eurovision, falou sobre o processo de criação do disco, a experiência no Festival e a sua vontade de regressar à competição.

O álbum 'Aguarelas' inclui nove faixas e começou a ser criado há mais de três anos, mas foi o Festival da Canção que impulsionou a sua conclusão. “Antes do Festival, tinha três músicas: Tanta Gente, Não é Amor e Água. E depois do Festival, continuava com três músicas. Tive muito pouco tempo para acabar o álbum”, explicou MELA.

A artista revelou que a experiência no Festival, apesar de intensa, acabou por ser um catalisador para a sua criatividade: “Se conseguirmos pegar nessas emoções e usá-las como combustível para fazer canções, elas acabam por sair muito rápido. As outras seis músicas foram todas compostas entre fevereiro e agosto.”

Apesar de não ter passado à final, Mela sentiu-se bem acolhida pelo público e pela comunidade eurovisiva. “Nunca fui maltratada, nunca senti que os comentários foram injustos, porque são sempre opiniões. O que me deixou triste não foi a opinião do público, mas sim o facto de eu própria não ter aproveitado mais”, confessou.

A cantora admitiu que, por querer apresentar algo inovador, acabou por se distanciar um pouco de si mesma: “Como fã do Festival, queria tanto fazer algo diferente e fora da caixa que me esqueci um bocadinho de mim.”

Mesmo assim, destaca que a experiência foi enriquecedora e reforçou a sua vontade de continuar a investir na música. 

Quando questionada sobre um possível regresso ao Festival da Canção, MELA não hesitou: “Adorava voltar! É das coisas que mais quero. E não é uma questão de querer ganhar, mas de querer regressar, mesmo que fique pela semifinal.”

A cantora revelou ainda que já fez uma submissão para a edição de 2025 e que pretende continuar a participar sempre que possível: “Vou fazer uma submissão todos os anos. Vamos ter MELA em doses infinitas!”

O álbum, segundo MELA, tem o amor como tema central, explorando as suas diferentes facetas. “O amor não é só uma coisa. O amor pode ser medo, rejeição, até ódio. No fundo, o amor é tudo o que nos rodeia.”

A cantora refletiu ainda sobre como o medo pode impedir as pessoas de amar verdadeiramente: “Quem tem medo nunca sente amor. E isso é triste, porque só sente medo. Para nos permitirmos amar – os outros e a nós próprios – temos de deixar o medo ir.”

O álbum físico pode ser adquirido na Feira do Livro do Funchal, diretamente com a mãe da artista, que está a ajudar na venda. “Se disserem ‘como és bonita’, pode ser que fique mais barato. Se não disserem nada, são 10 euros”, brincou a artista.

Para quem não está pela ilha da Madeira, o disco também está disponível online, com envios para todo o país.

Assiste de seguida à entrevista completa: