Entrevista com Peculiar: "Adamastor é uma fusão entre a história e a modernidade, uma ponte entre o passado e o futuro da música portuguesa."

 

No vasto universo da música portuguesa, surgem artistas que desafiam convenções e criam um universo próprio, e um desses nomes é Peculiar. Agora finalista do Festival da Canção 2025.

Desde cedo, a música fez parte da sua vida, mas não necessariamente através das influências familiares mais comuns. A sua jornada iniciou-se em contextos institucionais, como o coro escolar e o conservatório, onde estudou guitarra clássica e canto. Foi durante o secundário que descobriu a sua paixão pela composição, escrevendo as suas primeiras letras. Um momento marcante foi quando, desafiado por uma professora, criou um rap sobre o Sermão de Santo António aos Peixes, que lhe valeu reconhecimento entre professores e alunos.

Com a decisão de seguir a música como carreira, Peculiar mudou-se para Lisboa para estudar Criação e Produção Musical. A sua experiência no Algarve, embora rica, revelou as dificuldades que os artistas enfrentam fora dos grandes centros urbanos. Em Lisboa, encontrou oportunidades e pessoas com interesses semelhantes, fundamentais para o seu crescimento artístico.

Um país sem cultura é um país pobre. Mais do que dinheiro, se não tivermos cultura, deixamos de ser um país, somos apenas um pedaço de terra com pessoas.

Peculiar não segue um modelo tradicional de inspiração. Em vez de "ídolos", admira artistas que constroem um universo único. Rosalía, Stromae ou Mahmood são alguns dos nomes que o influenciam pela forma como combinam tradição e modernidade. Dentro da música portuguesa, Zeca Afonso tem um papel especial na sua formação, pela sua capacidade de unir poesia e mensagem política.

A canção Adamastor, com a qual compete no Festival da Canção, reflete o seu estilo singular. A obra funde elementos da história e mitologia portuguesa com uma abordagem moderna, representando a sua visão de que a música deve ser um espaço de identidade e transformação.

Com um olhar crítico sobre a centralização da indústria musical em Lisboa, sonha com um futuro em que a formação artística esteja mais acessível em todo o país.

Assiste de seguida à entrevista completa: